Fios e fios de terror. Fios de sangue e fios de medo. Medo porque estava sozinho. Fios de medo. O terror surgia da ideia de continuar só. Tanto sofrimento lá dentro. Um vácuo imenso que o trespassava. Já só sentia aquele vazio. Apatia. Sofres ainda mais. Fios de sangue. Aquele quarto de banho já metia nojo. Não se podia sentar no canto porque os cabelos e o pó acumulados lhe metiam nojo. Mas nojo de quê? De ti próprio… os cabelos são teus. O chão ladrilhado já não tinha brilho. Agora estás sozinho. És uma merda. A culpa é tua. Achas que me vou preocupar com essas tuas pseudodepressões? Vai-te foder. Estou farta de te aturar. O espelho estava embaciado. Para que é que tomaste banho? Vais ficar aí fechado e sozinho o resto da tua vida. Já não consegues vir cá para fora. É forte de mais para ti. Não tens força. És um fraco. És uma merda. Eu sou uma merda… foda-se. Afinal sou eu. Porque é que deixei a toalha no chão? Estúpido. O tecto estava cheio de manchas. Manchas daquelas que nos corroem e apodrecem por dentro. Manchas de humidade humana. Se a humidade humana não for a sexual então só pode ser podre. Se não for aquela quente e envolvente e sedosa… só pode ser a podridão que todos nós gostamos de espalhar. Era tudo feio ali. Era tudo horrível. Estou só. Fios de terror. Fios de medos e fios de sangue. Nunca suportei a dor. Mas agora já não sinto. Só sinto o vazio. E o vazio não se sente… é um vácuo. Fodasse. És uma merda. Essas fitas todas só para eu ir atrás de ti? Já não tenho paciência para estas coisas. Fodeste-me a vida.
Estou velha de mais. Este cubículo torna-se cada vez mais insuportável de cada vez que escolhes uma palavra e ranges os dentes a tentar dizê-la. Claustrofobia. O caralho, nunca a tiveste. Fazias tudo para ir de elevador e ignorar as escadas. O lavatório é nojento. Os pedaços de pasta dos dentes estavam incrustados como se já ninguém morasse lá há anos. E afinal… sou só eu que estou sozinho. Merda, és uma merda. Shampoo, gel de banho, esfoliante, amaciador. Tá calado! De que é que te vale olhares agora para as coisas? Cegaste-te e desprezaste tudo. Agora ficas aí. Sozinho. A apodrecer. A ser engolido pelas tuas manchas de humidade. Quero a lâmina. Onde é que ela está? Abre a porta! Abre a porta! Está aqui. Que se foda a dor. Que se foda tudo. Sou só uma merda. Sou uma merda e estou só. Sabes que não suporto ver sangue. Vou-me embora.
Estou velha de mais. Este cubículo torna-se cada vez mais insuportável de cada vez que escolhes uma palavra e ranges os dentes a tentar dizê-la. Claustrofobia. O caralho, nunca a tiveste. Fazias tudo para ir de elevador e ignorar as escadas. O lavatório é nojento. Os pedaços de pasta dos dentes estavam incrustados como se já ninguém morasse lá há anos. E afinal… sou só eu que estou sozinho. Merda, és uma merda. Shampoo, gel de banho, esfoliante, amaciador. Tá calado! De que é que te vale olhares agora para as coisas? Cegaste-te e desprezaste tudo. Agora ficas aí. Sozinho. A apodrecer. A ser engolido pelas tuas manchas de humidade. Quero a lâmina. Onde é que ela está? Abre a porta! Abre a porta! Está aqui. Que se foda a dor. Que se foda tudo. Sou só uma merda. Sou uma merda e estou só. Sabes que não suporto ver sangue. Vou-me embora.
13 comentários:
Quem nunca se encontrou no lodo?Mas acreditamos? Nem pensar! Fios de terror, sangue e medo... acordamos cercados de cinzas tentando renascer...mas fénix não somos! tudo nos parece um nojo! Toda esta merda não passa de uma tremanda falta de bom censo e uma puta de uma alucinação. Se a torneira deitasse água lavava a cara e talvez acordasse... Open your eyes. Somos somente aquilo que o corpo e a mente nos deixa ser, fodasse pa tudo o resto! ninguém é uma merda a não ser que mergulhe nas suas fezes e de lá não queira sair, será mesmo assim...?
Costumo dizer que somos aquilo que queremos e acriditamos ser... mas muitas das vezes o que restou das nossas secretas angustias interiores é que na verdade nos transforma ... e até que ponto nos transforma? Acho que até ao ponto de nos próprios não nos reconheçermos e das nossa atitudes tomarmos o desespero da contentação... babes(* em dia dificil)
Dejà vu.
Nós somos o nosso pior inimigo. Conhecemos os nossos próprios medos e mesmo aqueles que desconhecemos. Não deixes que nada domine o prazer de olhar para o céu e ver aquilo que os outros não veêm. E quando o vazio aumentar demasiado, lembra-te que tu és tua. Não deixes de olhar.
Olá. Não gosto do texto. Mas gosto de ti.
"Merda" é uma asneira.
Eu fiz os últimos dois comentários. Hoje n mudaria nd do que disse.
Estar sozinho por vezes é melhor... Kem me dera estar sozinho mas a vida acompanha-nos a familia é como um bicho parasita... tnt berramos , evitamos, enervamo-nos k eles n nos largam. Nunca estamos sozinhos. NA realidade o Amor é o puro sexo , prazer momentaneo, agradável por vezes viciante no momento , mas n é o k nos alimenta o amor n é nada È TUDO e eu estou cntg *
Estar sozinho por vezes é melhor... Kem me dera estar sozinho mas a vida acompanha-nos a familia é como um bicho parasita... tnt berramos , evitamos, enervamo-nos k eles n nos largam. Nunca estamos sozinhos. NA realidade o Amor é o puro sexo , prazer momentaneo, agradável por vezes viciante no momento , mas n é o k nos alimenta o amor n é nada È TUDO e eu estou cntg *
O que aconteceu?
Actualiza.
mas que mariquinhas...
bem...já perdi os teus códigos!
nao vale a pena dizer mais nada...bj
Fiquei para o fim... pode parecer comodismo mas não, é apenas coincidência. Mas o fim pode também significar um recomeço, uma reabertura.
É minha essa casa de banho, são meus esses cabelos. Continua suja, ainda hoje, a casa de banho. Nada mudou e no entanto tudo mudou. Mudaram os olhos que a vêem. A casa de banho, os cabelos, aquela porcaria toda, sempre lá esteve... Mas em tempos tinha outro cheiro, era sedutor, rico. Era sinal de liberdade.
Com o tempo transformou-se numa jaula. Numa cela para dois espíritos abandonados a si próprios. Incapazes de se erguer. Conformados pelas deformações do sofá cama articulado. A preguiça instalou-se. O comodismo. Será sempre assim.
O mais corajoso foi o mais cobarde no final. Definhou, desfez-se. Entrou em colapso sobre si mesmo. Então aí é que o cheiro ficou nauseabundo. Fungos repugnantes cresceram nas entranhas de toda aquela inútil infelicidade. Esse – aquele que pensava que era corajoso – fui eu.
Todos nós temos uma dessas casas de banho. Suja , suja. Lavatórios entupidos por fios de cabelo e pasta dos dentes. Perfume caro em frente ao espelho de plástico. Duas toalhas penduradas no envelhecido varão que só se aguenta devido às crostas de sujidade na parede. Duas toalhas?
Sim, duas toalhas, o princípio do equívoco. O princípio de todos os equívocos. Esta casa é só para mim! É suposto estar-se só.
Resiste.
Aprende.
Não voltes a cometer o mesmo erro...
e no entanto, já sabes...
vai voltar tudo a acontecer de novo.
(...)
Tenho de ir jantar a casa dos meus pais... outro tipo de casas de banho ; )
sonhei que tinhas um filho, lindo...
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